Avaliei em 2001 uma proposta da universidade de Delaware, do professor Kempton, que foi quem inicialmente propôs a tecnologia V2G e na altura achei um conceito muito inovador: Tirar partido de um ativo – O carro – que tipicamente, está estacionado grande parte do tempo e pode proporcionar melhor qualidade de serviço na rede elétrica, sem que seja necessário investimentos avultados.
Quando chegarmos a um universo elevado de veículos com capacidade V2G, é muito tentador pois funcionam como carga flexével no carregamento e quando a rede tem necessidade de apoio, esses veículos podem prestar esse serviço injetando a energia necessária. – Um conceito muito inovador.
Já passaram quase 20 anos, e foi necessário dar tempo à tecnologia das baterias, para se desenvolverem e chegarmos ao ponto em que estamos hoje, em termos de custos e de durabilidade. Atualmente já temos veículos com autonomias simpáticas, na ordem dos 400 Kms e a tendência é que esses valores continuem a aumentar. Durante os próximos anos, seguramente a maior parte dos modelos lançados para o mercado terão baterias acima dos 60 kWh e é com este tipo de capacidade que o potencial de interação e atração começa a funcionar.
Em Ilhas com percursos reduzidos e controlados a vontade de disponibilizar a bateria pode ainda ser maior.
O V2G é uma tecnologia muito interessante para introduzir e incentivar o crescimento da produção da energia renovável e intermitente, com armazenamento nos veículos e disponibilização à rede quando necessário.
Em Portugal, quer o solar, quer o eólico, já tem um peso significativo, com crescimentos a um bom ritmo nas próximas décadas. Estamos a fazer a transição dos combustíveis fósseis para a eletricidade, principalmente a produzida de forma renovável e quando adicionamos a tecnologia V2G, estamos a colocar na equação a capacidade da armazenagem (Storage) – A integração das energias renováveis é facilitada com este tipo de tecnologia.